Diego Dias Gonçalves
O Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês de fevereiro de 2023, registrou uma alta de 0,84%. Tendo em vista, que no quinto mês permaneceu em alta o acumulado dos últimos 12 meses de 5,60%, a inflação acumulada do ano evoluiu 1,37%.
Gráfico I
Fonte: InfoMoney
O destaque no mês de fevereiro é o grupo educação com alta de 6,28%, são reajustes recorrentes no início do ano letivo. Ensino médio (10,28%), ensino fundamental (10,06%), pré-escola (9,58%), salientando que o ensino fundamental é o maior vilão. Goiânia teve a segunda maior alta na educação com 7,53%, perdendo para a capital Recife (8,03%).
A segunda maior alta no mês de fevereiro é o grupo saúde e cuidados pessoais com 1,26%, a higiene pessoal é o principal fator que influenciou com 2,80%, os produtos para pele subiram 4,54%, a maior alta ocorreu na capital Salvador com 2,22%.
A inflação demonstrou resiliência no curto prazo no setor de serviço, setor esse que sofre com a pressão dificultando em enxergar no horizonte uma influência no corte de juros. No início do mês de março o ministro da fazenda, Fernando Haddad, anunciou reoneração dos impostos dos combustíveis podendo ter impactos relevantes nos próximos meses na inflação. Poderá ocorrer novamente um impulsionamento do grupo transportes no IPCA.
O governo ainda está pressionando um corte imediato na taxa de juros, de modo que a “casa” não se encontra organizada, ou seja, a responsabilidade fiscal é muito importante para atrair novos investimentos. O Brasil precisa crescer novamente retomando o controle da inflação, evitando assim uma crescente no longo prazo.
No longo prazo percebe-se que a inflação está em descensão, conforme o acumulado dos últimos 12 meses, em abril/2022 atingiu o maior pico 12,13%, fechando o mês de fevereiro de 2023 com 5,60%, durante esse período os brasileiros perderam o poder de compra e viram a inflação deteriorando a renda aos poucos com juros subindo. Contudo o PIB (Produto Interno Bruto) está tímido e o investimento está distanciando do que o país precisa.
Gráfico II
Fonte: G1
O ministro da fazenda, Fernando Haddad, pronunciou sobre um novo arcabouço fiscal para o fortalecimento da promessa do superávit, até o fim do ano. São medidas que merecem um acompanhamento de perto no qual haverá consequências boas ou ruins na inflação.
Uma das ações que o governo precisa iniciar, imediatamente é a organização das contas públicas somente essa precaução não basta, é preciso planejar e executar um conjunto de medidas eficientes, assim podemos retomar o crescimento do nosso país.
*Diego Dias Gonçalves, é economista, bacharel em Ciências Econômicas pela PUC – Goiás, cofundador e sócio da Four Finances e cofundador e conselheiro da E³ Capital Investimentos